domingo, 18 de janeiro de 2009

e-Learning e CoP

Uma Comunidade de Prática, ou CoP, segundo Wenger, tem a sua estrutura definida numa Comunidade, os seus membros, que coexistem num determinado Domínio, que constitui uma base de interesse comum e que lhe confere coesão e identidade, e que do resultado da interacções entre os seus membros resulta uma Prática ou produto.
Etienne Wenger considera ainda que uma comunidade de prática se desenvolve em três dimensões: mutual engagement, ou engajamento mútuo; joint enterprise, ou empreendimento mútuo; e shared repertoire, ou reportório partilhado. Estas são as “fontes de coerência de comunidades de prática”.
É um facto indiscutível que, cada vez mais, as tecnologias, assim como o seu próprio desenvolvimento, interessam às comunidades de prática. Por outro lado também interessam aos técnicos que desenvolvem as diversas ferramentas e recursos empregues pelas comunidades de prática. Deste interesse mútuo cria-se um ciclo em que se verifica uma realimentação, a qual tem levado a um amplo desenvolvimento quer dos recursos e ferramentas quer das aplicações dadas ou dos estudos efectuados pelas várias comunidades de prática.
Por outro lado os motivos de tais interesses devem-se essencialmente ao facto de se conseguirem eliminar as barreiras associadas ao tempo e ao espaço, conseguindo-se colocar as várias ferramentas ou recursos em quatro quadrantes:
· Mesmo tempo e mesmo local;
· Mesmo tempo e locais distintos;
· Tempos diferentes e mesmo local;
· Tempos diferentes e locais distintos
Assim um dos desafios mais relevantes postos às tecnologias será o papel crucial que têm ao disponibilizar novos recursos que promovam a coesão das comunidades de prática independentemente do quadrante espaço-tempo onde aquelas se desenvolvem.
A partir da minha experiência, e considerando a plataforma moodle como um espaço de gestão de aprendizagem, de seguida evidencio dois princípios que considero significativos para reflexão e desenvolvimento de práticas de utilização de plataformas de aprendizagem:
- Design para facilitar a utilização e aprendizagem. Porque as comunidades de prática não podem ser confundidas com os seus membros, o princípio geral de simplicidade é duplamente importante. Por um lado se existirem dificuldades em aprender a utilizar a tecnologia então, essas mesmas dificuldades irão rapidamente desencorajar a participação. Por outro lado se é exigida uma maior carga cognitiva na compreensão e utilização de determinada ferramenta ou recurso, então tal facto resulta numa menor disponibilidade para a dimensão de empreendimento mútuo da comunidade de prática. A adopção de ferramentas familiares é mais rápida e menos penosa do que ferramentas que pareçam demasiado novas ou demasiado diferentes. Ao mesmo tempo, a interacção entre os vários membros da Comunidade pode levar a níveis elevados de sofisticação.
-Design evolutivo. Ao contrário de uma equipa, em que o seu trajecto ou produto pode ser bem planificado desde o início, numa comunidade de prática teremos sempre uma viagem de descoberta e de criatividade. Assim é conveniente que as ferramentas ou recursos ao dispor da comunidade de prática se adaptem e evoluam de acordo com as suas necessidades ou práticas.

Palavras-chave, keywords:
Coesão, Criatividade, Design, Usabilidade
Togetherness, Inventiveness, Design, Usability

Referencias Bibliográficas
· Santos, M. P.(2002). Um olhar sobre o conceito de ‘comunidades de prática’. Comunidades de Prática.
· Wenger, E.(1998). Communities of Practice – learning, meaning and identity. Cambridge University Press. Cambridge.
· Wenger, E.; White, N. Smith, J.; Rowe, K. (2005). Technology for communities. CEFRIO Book Chapter

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